segunda-feira, 8 de julho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
domingo, 16 de junho de 2013
Incontinência urinária causa depressão em mulheres com menos 65 anos
Mulheres têm que abrir mão de atividades por causa do problema
Mulheres com idades entre 43 e 65 anos são mais propensas a sofrer depressão por problemas de saúde comuns, como incontinência urinária, descobriu uma pesquisa da Universidade de Adelaide. Segundo o pesquisador Jodie Avery, as mulheres até 65 anos foram mais prováveis a ficarem deprimidas com o problema do que as com idades entre 65 e 89 anos.
Jodie explicou que a autoestima das mulheres mais jovens tende a ser duramente atingida pela incontinência urinária, enquanto as mulheres mais velhas são mais resistentes e aceitam a condição. Questões-chave para as mais jovens, como vida sexual, familiar, esportes e lazer, são afetadas pela doença.
No auge da vida, a pesquisadora disse que as mulheres com incontinência costumam reclamar que não podem mais ir à academia, passear ou dançar sem se preocupar com o problema. A incontinência urinária atinge cerca de 35% da população feminina e a principal causa é a gravidez.
"Nossos estudos mostram que 20% da população incontinente têm depressão”, disse Jodie. Os doentes são resistentes a pedir ajuda, mas o aconselhamento é importante.
A primeira opção de tratamento para incontinência urinária é sempre a fisioterapia, e nos casos que a fisioterapia não resolver 100%, deve ser indicado a cirurgia.
Faça uma avaliação fisioterapêutica especifica!
Elaine Spinassé Camillato
Fisioterapeuta
Esp. Uroginecologia, Obstetrícia, Proctologia e Sexualidade
Mestre em Ciências da Saúde
8801 6434
Rua do Ouro, 93, sala 502
Belo Horizonte
sábado, 15 de junho de 2013
Mitos podem provocar problemas sexuais
Por Cláudia Azevedo/Ciência 2.0
"Os mitos do macho latino", entre os homens, e o conservadorismo, entre as mulheres, são alguns dos principais fatores de risco para problemas sexuais, como explica o sexólogo Pedro Nobre, em entrevista ao Ciência 2.0.
"As nossas crenças e atitudes sobre a sexualidade têm um papel determinante na nossa resposta sexual e na nossa satisfação sexual", refere Pedro Nobre, responsável pelo SexLAB, primeiro Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana (Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto - FPCEUP, em parceria com o CINEICC - FPCEUC e a Universidade de Aveiro).
Na prática, "estudos mostram que as crenças funcionam como fator de risco. Há crenças, umas mais associadas ao homem e outras mais ligadas à mulher, que os tornam mais vulneráveis a um problema sexual".
No caso dos homens, essas crenças traduzem-se por aquilo a que o sexólogo chama "mitos do macho latino", ou seja, "ideias irrealistas ou inalcançáveis relativamente à sexualidade (um homem deve estar sempre 'pronto', nunca pode 'falhar', deve sempre tomar a iniciativa, nunca pode dizer não)".
Esta exigência extrema acompanha-se de uma "catastrofização": se falharem, não são homens. Curiosamente, vira-se o feitiço contra o feiticeiro, sendo que "estas crenças estão muito associadas à disfunção eréctil e à ejaculação prematura".No caso dos homens, essas crenças traduzem-se por aquilo a que o sexólogo chama "mitos do macho latino", ou seja, "ideias irrealistas ou inalcançáveis relativamente à sexualidade (um homem deve estar sempre 'pronto', nunca pode 'falhar', deve sempre tomar a iniciativa, nunca pode dizer não)".
Nas mulheres, "o conservadorismo (sexo apenas no âmbito de uma relação estável e pós-marital) e a passividade sexual influenciam negativamente a sexualidade". Enquanto nos homens continua a haver alguma transversalidade, independentemente da idade, da educação e do estatuto socioeconómico, "nas mulheres há uma maior diversidade em função destes fatores".
Por outro lado, continua Pedro Nobre, "há cada vez mais mulheres, sobretudo mais jovens, que pensam que devem estar sempre 'prontas', que devem ter orgasmo durante o coito, orgasmos múltiplos ou simultâneos. Quanto mais irrealistas são as expectativas, mais fácil é haver uma discrepância com a realidade".
Nas revistas femininas, "a maior parte das mensagens sobre sexo é de grande exigência. O termo de comparação é muitas vezes difícil de atingir. Isto é mau, sobretudo quando não há quem contradiga esses mitos", conclui Pedro Nobre.
sábado, 18 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
Gravidez » Brasil ignora acompanhamento da musculatura pélvica no pré-natal As possíveis consequências da falta de preparação do períneo para o parto são as incontinências urinária e fecal e a dor na relação sexual
Por Valéria Mendes - Saúde Plena
Publicação:02/05/2013
Uma em cada três mulheres será afetada pela incontinência urinária durante a sua vida. A primeira gravidez e o parto são os fatores que mais contribuem para a disfunção
Claire Lundbert é uma escritora de Nova York que teve sua filha em Paris em novembro de 2011. Em artigo publicado na Slate, revista americana online, no início do ano seguinte (clique e leia na íntegra), ela conta que após o parto descobriu que a França é um dos poucos países do mundo a oferecer gratuitamente um programa de fortalecimento do períneo. Em princípio, ela estranhou para, posteriormente, entender que esta era uma excelente iniciativa para se prevenir complicações futuras: a incontinência urinária, a incontinência fecal e a dor na relação sexual. “Nos Estados Unidos, a mulher americana se encontra totalmente desamparada e sozinha com a sua vagina, o seguro saúde nunca ouviu falar nisso e se, mais tarde, ela desenvolve incontinências, dores e cistites o problema é dela”, escreveu.
No Brasil não é diferente. É realidade a ausência de um protocolo médico no pré-natal no tema assoalho pélvico. “Não existe recomendação especial para que o médico encaminhe a paciente para esse tipo de assistência, fica muito a critério do especialista”. A afirmação é da diretora da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOCIMIG), Cláudia Lodi. No entanto, relatório de um programa holandês referência no mundo em relação a esse tema, o Motherfit (clique e conheça), diz que uma em cada três mulheres será afetada pela incontinência urinária durante a sua vida. A primeira gravidez e o parto são os fatores que mais contribuem para a disfunção.
A falta de informação chega ao ponto de algumas mulheres não saberem o que é o períneo. “É o espaço entre a vagina e o ânus. Ele é o principal músculo da região e ajuda na sustentação de todos os órgãos pélvicos, como a bexiga e o útero”, explica Lodi. Professora da Faculdade de Ciências Médicas, autora e organizadora do livro Fisioterapia aplicada à saúde da mulher, a fisioterapeuta Elza Baracho esclarece por que a gravidez é um fator de risco. “Não só pelo aumento corporal, mas a própria alteração de postura com o aumento do abdômen gera um comportamento de compensação que vai enfraquecer o assoalho pélvico”, explica. E ainda: “a gravidez aumenta a pressão intra-abdominal que vai aumentar a demanda da musculatura pélvica”. A especialista explica que se a mulher optar pela via de parto vaginal, a ênfase na reeducação pélvica torna-se ainda mais relevante. “Essas mulheres têm que ser preparadas para esse parto”, observa. No caso da cesariana, ela diz que não existem estudos conclusivos que afirmam que a alternativa é um fator protetor do assoalho pélvico. “A musculatura deveria ser trabalhada por todas as mulheres, independente da via do parto”, alerta.
Obstetra e uroginecologista, Cláudia Laranjeira corrobora: ”a gravidez, por si só, já tem um efeito no assoalho pélvico. Dizer que o risco da cesariana é zero, é mentira. O parto vaginal gera uma sobrecarga maior por causa da passagem do feto”. No entanto, a médica explica que a forma como o parto é feito pode amenizar muito esses efeitos. Entre elas, uma posição mais verticalizada, evitar o corte (episiotomia) e o uso de fórceps.
Laranjeira defende que a avaliação do assoalho pélvico deve vir acompanhada da decisão de se engravidar, ou seja, antes do pré-natal. “Hoje se tem certeza que a fisioterapia específica para a musculatura pélvica tem papel importantíssimo na prevenção das disfunções [incontinência urinária, fecal e dor na relação sexual]. Quem mais estuda o tema no mundo inteiro são os europeus porque eles têm uma taxa de parto normal muito maior que a nossa”, diz. Ela pontua que os exercícios durante a gravidez melhoram muito a elasticidade da fibra muscular e vai ajudar na hora do parto. “A gravidez aumenta gradualmente a sobrecarga do assoalha pélvico e as pesquisas comprovam que para incontinência urinária, os exercícios previnem sim. Para as outras disfunções, já temos também resultados positivos a favor desse acompanhamento”.
"Não tive escape de urina durante toda a gravidez e meu parto foi super tranquilo" - Thaís Dufles Vieira é psicóloga e fez acompanhamento da musculatura do assoalho pélvico durante toda a gestação e também no pós-parto
Avanços
Thaís Dufles Vieira é psicóloga e tem 33 anos. Ela é mãe de Davi, que tem 10 meses de vida, e é um exemplo feliz de gravidez com informação e cuidado. “Eu sempre quis parto normal”, diz. Diante dessa informação, ela conta que foi orientada pela médica sobre a importância de fortalecer o períneo. Dufles procurou uma fisioterapeuta, aprendeu os exercícios e a cada dois meses retornava para acompanhamento. “É muito simples. Dá para fazer quando estamos parados no trânsito”, incentiva. Ela conta que o fortalecimento da região auxilia durante a gravidez, na hora do parto e depois. “Não tive escape de urina durante toda a gravidez e meu parto foi super tranquilo”, conta. A mãe de Davi, alerta, entretanto que pode ser difícil trabalhar a musculatura da pelve por falta de consciência corporal e por isso, não se pode abdicar de um acompanhamento profissional. “A mulher pode ficar um pouco perdida. Minha dica é: finge que está fazendo xixi e tenta prender. É mais ou menos esse músculo”, fala.
Baracho diz que o Ministério da Saúde tem preconizado a importância de os médicos indicarem o acompanhamento da musculatura pélvica durante a gravidez. Com isso, os profissionais têm se conscientizado mais e a corrente vem aumentando. “É um caminho a se percorrer. Precisamos dar à mulher essa condição de cuidado com o próprio corpo”, afirma. Como mudança desse cenário, a fisioterapeuta conta que recebe pacientes de médicos que não fazem parto normal sem pedir uma avaliação do músculo. “É um universo pequeno no número de médicos existentes e gostaria que houvesse essa cultura de avaliação do assoalho pélvico. O mundo está falando sobre isso. Vários estudos internacionais elucidam que uma mulher preparada na gravidez tem chance maior de não ter problema depois. As pesquisas internacionais sustentam a parte clínica”, completa. “Em breve a reeducação do assoalho pélvico será reconhecida na gravidez de todas as mulheres e quem sabe até com um lugar no cartão de pré-natal. Vamos torcer”, encerra.
"A gravidez aumenta a pressão intra-abdominal que vai aumentar a demanda da musculatura pélvica", alerta a especialista em saúde da mulher, a fisioterapeuta Elza Baracho
Laranjeira trabalha em um hospital particular de Belo Horizonte que já tem um protocolo. “Estamos tentando inserí-lo no atendimento de pré-natal de cada médico da minha equipe”, afirma. “Na Europa é rotina, já faz parte. Ainda não temos isso estabelecido no Brasil porque é um serviço que demanda infra-estrutura. A logística não é exequível e os serviços de saúde já têm que começar a entender que isso é necessário como o exame de sífilis ou o exame de urina. Tem que passar a ser uma rotina, assim como as orientações de aleitamento, para que tenha maior adesão”, enfatiza.
Sexo
Trabalhar o assoalho pélvico não deixa de ser também um cuidado com a auto-estima. Os exercícios interferem positivamente no desejo sexual. Elza explica que a disfunção desse músculo diminui a excitação. “Melhorando a função muscular, a mulher tem uma excitação mais preservada”, afirma. A especialista em saúde da mulher diz que para se chegar ao orgasmo, a mulher passa, antes, pelas fases do desejo e excitação. Na sequência vêm o gozo e a resolução. “Com uma boa função muscular a mulher terá uma sexualidade mais prazerosa”, resume. A ginecologista Cláudia Lodi corrobora: “a musculatura fortalecida vai facilitar que a mulher tenha mais prazer e também o seu parceiro”.
Europa e Brasil
Não é só a França que é exemplo no cuidado com a saúde da mulher durante a gravidez. A Noruega e a Holanda estão entre os países europeus que são referência no assunto. Os protocolos médicos se diferenciam, mas a assistência serve de inspiração a outros países que começam a se atentar para a prevenção de problemas na temática do assoalho pélvico. “No mundo, principalmente na Europa, o atendimento é pago pelo governo porque o índice de partos normais é altíssimo”, pontua Baracho.
Belo Horizonte vai testar o protocolo holandês através do programa Motherfit
O fisioterapeuta holandês Bary Berghmans está à frente do Motherfit (clique e conheça), um projeto multicêntrico entre a Europa e Brasil. O protocolo que o especialista usa no país de origem está sendo testado em Curitiba e chegará a Belo Horizonte.
Saúde Plena: Na Holanda, a reabilitação do assoalho pélvico é reconhecida no pré-natal, certo?
Bary Berghmans: A fisioterapia pélvica é reconhecida como especialidade fisioterápica pelo governo da Holanda. A organização é chamada de Associação Holandesa para a Terapia Médica em Transtornos do Assoalho Pélvico [com a sigla NVFB no idioma original]. Os membros da equipe médica pré e pós-natal da NVFB são fisioterapeutas especializados em cura e tratamento da área abdominal, pélvica e lombar de mulheres, mas também de homens e crianças.
Durante a gestação, as mulheres são orientadas tanto por ginecologistas ou por seus clínicos gerais. De maneira voluntária, essas mulheres podem praticar ginástica específica para gestantes, guiadas por um professor [zwangerfit], um fisioterapeuta que promove treinamentos em grupo e oferece também informações às grávidas como uma espécie de preparação para o parto.
SP: Vocês estão testando o protocolo holandês em Curitiba?
BB: Estávamos planejando fazê-lo em parceria com o Departamento de Ginecologia da PUC-PR, fizemos alguns trabalhos de pesquisa sobre a viabilidade do projeto, mas apesar de termos compartilhado nossos protocolos e discutido procedimentos, o Motherfit ainda está para começar em Curitiba, mas com certeza será iniciado por lá sob o controle da Dra. Maura Seleme, diretora da Associação Brasileira de Ajuda e Formação sobre Incontinência Urinária (Abafi).
SP: Belo Horizonte é a segunda cidade brasileira que testará o protocolo?
BB: Atualmente, nosso hospital universitário em Maastricht está negociando com diferentes parceiros do Brasil para trabalhar em conjunto no projeto Motherfit e uma das cidades mais prováveis é Belo Horizonte, sob a responsabilidade da professora Elza Baracho.
Para financiar o projeto estamos angariando suporte financeiro na comunidade europeia. Para isso, é importante que pelo menos três universidades da comunidade participem do programa. Além de nossa universidade [a Maastricht University Medical Centre], haverá a Universidade de Trondheim, na Noruega, e a Universidade de Viena, na Áustria. A Associação Europeia de Uroginecologia e a Associação Internacional Uroginecológica já proclamaram apoio ao Motherfit. É importante também contar com aliados fora da Europa, como o Brasil.
Os parceiros brasileiros devem executar, a princípio, estudos como entrevistas de grupos focais e levantamentos para determinar qual é o tratamento usual relacionado a problemas do período periparto - definido como desde o último mês de gravidez até cinco meses após o parto - e definir a relevância do tratamento de assoalho pélvico nesse contexto, assim como fizemos na Holanda. Estamos analisando os dados coletados [na Holanda] e publicaremos em tempo.
sábado, 4 de maio de 2013
Vida sexual não para na velhice, mas é preciso superar obstáculos
Falar sobre sexo na velhice ainda é motivo de vergonha e constrangimento para muitos, o que dificulta a busca de informação e a superação de obstáculos para ter uma vida sexual ativa na terceira idade. "O sexo é muito útil para a autoestima e para diminuir a ansiedade dos idosos", afirma o geriatra Salo Buksman, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
É possível ter uma vida sexual de qualidade na velhice. Segundo a psicóloga Ana Teresa de Abreu Ramos Cerqueira, no final do século 20, vimos uma revolução no conceito da sexualidade, e essas mudanças repercutiram na vida sexual do idoso.
"Não se concebe hoje a sexualidade ligada apenas à função reprodutiva, mas como fonte de prazer e de realização em todas as idades", diz Ana, que é professora do departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria e da Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Unesp. "Há limitações para se viver plenamente a sexualidade na velhice, o que pode haver em todas as idades, mas é preciso tentar superá-las ou minimizá-las", afirma Ana Teresa.
A redução da atividade sexual é notória entre os idosos, principalmente entre as mulheres, segundo a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade da USP). "Muitas mulheres não param de fazer sexo porque desistem, mas, sim, porque enviúvam ou se separam e não voltam a se casar. Mas, claro, há aquelas que desistem de transar com os maridos", diz Carmita.
Os dados da pesquisa Mosaico Brasil, que contou com mais de 8 mil entrevistados e foi coordenada por Carmita em 2008, mostram que, na faixa entre 18 e 25 anos, 90,4% dos homens e 83,3% têm vida sexual ativa. Dos 26 aos 40, 95,4% dos homens e 93,3% das mulheres se dizem sexualmente ativos. Dos 41 aos 50 anos, o número passa para 94,4% dos homens e 85,1% das mulheres. Dos 51 aos 60, 93,5% dos homens e 76,6% das mulheres dizem ser ativos sexualmente. Já acima dos 61, o número cai para 87,1% dos homens e 51,2% das mulheres.
Obstáculos físicos
Segundo Buksman, um dos motivos que levam à redução da atividade sexual entre os idosos é a perda de libido, que pode ocorrer devido à diminuição da produção hormonal masculina e feminina.
As mudanças nos órgãos sexuais também afetam homens e mulheres, segundo o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Serviço de Gerontologia do Hospital Sírio-Libanês. "O homem pode demorar mais para se excitar, ter ereção e orgasmo. Já a mulher sofre com a diminuição da elasticidade, o ressecamento vaginal e sente dor durante a penetração". Segundo ele, alguns medicamentos também podem dificultar a ereção e o desejo, como aqueles indicados para hipertensão ou antidepressivos. "Nesses casos, um ajuste na dosagem ou na medicação pode melhorar o quadro", afirma Busse.
A dificuldade de ter e manter a ereção pode levar à falta de vontade de transar. "O homem vê uma relação muito forte do sexo com o pênis. Quando nota uma falha, a autoconfiança e o desejo de praticar sexo diminuem muito", afirma Buskman. Remédios para disfunção erétil como o Viagra podem ajudar na ereção, desde que usados sempre sob orientação médica. "Muitas vezes o idoso compra na farmácia e não sabe usá-lo corretamente. A automedicação é perigosa", diz Busse.
Para as mulheres, lubrificantes à base de água diminuem a dor da penetração e, em alguns casos, pode ser recomendada a reposição hormonal. "O climatério pode levar à diminuição do desejo para algumas. Às vezes, é indicada a reposição, desde que tenha orientação correta", afirma Busse. Para saber qual a melhor maneira de superar as barreiras físicas, as mulheres devem consultar um ginecologista e um geriatra.
No caso de transtornos de ansiedade ou depressão, que também causam queda da libido, é importante procurar um psicólogo ou psiquiatra, segundo Busse.
Outros obstáculos impedem uma vida sexual plena para homens e mulheres, como a artrite, que leva à dificuldades para se movimentar devido à dor. Segundo estudo recente realizado nos Estados Unidos, implantes no quadril melhoraram a frequência sexual de 81% dos 147 pacientes submetidos à cirurgia.
A avaliação médica é fundamental para driblar esses problemas e para controlar doenças crônicas. Para Buksman, mesmo os casos de doenças reumáticas, cardíacas e pulmonares, que impedem atividades físicas, têm solução. "Pode-se praticar sexo de várias maneiras, pois sexualidade não é sinônimo de penetração. Um carinho, um beijo, uma dança mostram que a sensualidade e a sexualidade estão presentes".
Barreiras culturais e psicológicas
Os múltiplos estereótipos e preconceitos interferem muito na vida sexual. "A sociedade ainda vê a sexualidade na velhice como um tabu, algo reservado aos mais jovens. Há a exigência de que os homens não podem falhar e as mulheres têm de ter beleza e juventude como fontes únicas de atratividade. Tudo isso causa a diminuição do sexo", afirma Ana Teresa. Para Buksman, os próprios idosos se discriminam em relação à aparência. "Cultuamos o jovem, o esguio; há uma depreciação do aspecto físico do idoso", afirma.
Segundo ele, a sociedade incutia na cabeça das pessoas que o sexo na terceira idade seria algo profundamente inadequado, e isso coloca uma barreira psicológica principalmente para a mulher idosa. "Ela pensa que já passou dessa fase, que é uma avó e tem que se dar ao respeito", afirma.
A forma como a pessoa viveu o sexo ao longo da vida também influencia como ele será na terceira idade. Uma pessoa que foi reprimida, não teve uma vida sexual feliz na fase adulta, tampouco a informação correta sobre o tema, certamente encontrará muitas barreiras, o que é mais comum entre as mulheres. "Muitas praticavam sexo como uma obrigação, para satisfazer o marido e reproduzir. Passado o período reprodutivo, essas mulheres que não tiveram prazer começam a negar o sexo", afirma Buksman.
O relacionamento com o parceiro também influencia na atividade sexual. Segundo o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr, diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade), casais que ainda se amam e mantém o contato físico no dia a dia tendem a ter mais atividade sexual. "É importante fazer planos cotidianos a dois e ter cuidado com a saúde física e mental, o que beneficiará ambos", afirma.
Libertação na velhice
Para Ana Teresa, o sexo na terceira idade pode ser libertador e prazeroso, mas depende de como se encara a velhice e as modificações que ela causa em todos os aspectos da vida. "O idoso pode lidar com conformismo e rejeição ou levar a velhice com criatividade", afirma. "O avanço não é devolver ao velho a performance do jovem, mas conseguir novas formas de satisfação", diz Ana.
É possível conseguir atingir a plenitude sexual na velhice. "Tem gente que abre mais a cabeça e se conhece melhor com o passar da idade e o sexo se torna mais prazeroso", diz Busse.
Mas, em qualquer idade, o sexo exige proteção. "É preciso alertar para o aumento no índice de doenças sexualmente transmissíveis em idosos, incluindo o HIV. Os mais velhos raramente usam preservativos, mas também devem evitar o comportamento de risco, usando camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis", afirma Busse.
Por Uol
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