sábado, 18 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
Gravidez » Brasil ignora acompanhamento da musculatura pélvica no pré-natal As possíveis consequências da falta de preparação do períneo para o parto são as incontinências urinária e fecal e a dor na relação sexual
Por Valéria Mendes - Saúde Plena
Publicação:02/05/2013
Uma em cada três mulheres será afetada pela incontinência urinária durante a sua vida. A primeira gravidez e o parto são os fatores que mais contribuem para a disfunção
Claire Lundbert é uma escritora de Nova York que teve sua filha em Paris em novembro de 2011. Em artigo publicado na Slate, revista americana online, no início do ano seguinte (clique e leia na íntegra), ela conta que após o parto descobriu que a França é um dos poucos países do mundo a oferecer gratuitamente um programa de fortalecimento do períneo. Em princípio, ela estranhou para, posteriormente, entender que esta era uma excelente iniciativa para se prevenir complicações futuras: a incontinência urinária, a incontinência fecal e a dor na relação sexual. “Nos Estados Unidos, a mulher americana se encontra totalmente desamparada e sozinha com a sua vagina, o seguro saúde nunca ouviu falar nisso e se, mais tarde, ela desenvolve incontinências, dores e cistites o problema é dela”, escreveu.
No Brasil não é diferente. É realidade a ausência de um protocolo médico no pré-natal no tema assoalho pélvico. “Não existe recomendação especial para que o médico encaminhe a paciente para esse tipo de assistência, fica muito a critério do especialista”. A afirmação é da diretora da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOCIMIG), Cláudia Lodi. No entanto, relatório de um programa holandês referência no mundo em relação a esse tema, o Motherfit (clique e conheça), diz que uma em cada três mulheres será afetada pela incontinência urinária durante a sua vida. A primeira gravidez e o parto são os fatores que mais contribuem para a disfunção.
A falta de informação chega ao ponto de algumas mulheres não saberem o que é o períneo. “É o espaço entre a vagina e o ânus. Ele é o principal músculo da região e ajuda na sustentação de todos os órgãos pélvicos, como a bexiga e o útero”, explica Lodi. Professora da Faculdade de Ciências Médicas, autora e organizadora do livro Fisioterapia aplicada à saúde da mulher, a fisioterapeuta Elza Baracho esclarece por que a gravidez é um fator de risco. “Não só pelo aumento corporal, mas a própria alteração de postura com o aumento do abdômen gera um comportamento de compensação que vai enfraquecer o assoalho pélvico”, explica. E ainda: “a gravidez aumenta a pressão intra-abdominal que vai aumentar a demanda da musculatura pélvica”. A especialista explica que se a mulher optar pela via de parto vaginal, a ênfase na reeducação pélvica torna-se ainda mais relevante. “Essas mulheres têm que ser preparadas para esse parto”, observa. No caso da cesariana, ela diz que não existem estudos conclusivos que afirmam que a alternativa é um fator protetor do assoalho pélvico. “A musculatura deveria ser trabalhada por todas as mulheres, independente da via do parto”, alerta.
Obstetra e uroginecologista, Cláudia Laranjeira corrobora: ”a gravidez, por si só, já tem um efeito no assoalho pélvico. Dizer que o risco da cesariana é zero, é mentira. O parto vaginal gera uma sobrecarga maior por causa da passagem do feto”. No entanto, a médica explica que a forma como o parto é feito pode amenizar muito esses efeitos. Entre elas, uma posição mais verticalizada, evitar o corte (episiotomia) e o uso de fórceps.
Laranjeira defende que a avaliação do assoalho pélvico deve vir acompanhada da decisão de se engravidar, ou seja, antes do pré-natal. “Hoje se tem certeza que a fisioterapia específica para a musculatura pélvica tem papel importantíssimo na prevenção das disfunções [incontinência urinária, fecal e dor na relação sexual]. Quem mais estuda o tema no mundo inteiro são os europeus porque eles têm uma taxa de parto normal muito maior que a nossa”, diz. Ela pontua que os exercícios durante a gravidez melhoram muito a elasticidade da fibra muscular e vai ajudar na hora do parto. “A gravidez aumenta gradualmente a sobrecarga do assoalha pélvico e as pesquisas comprovam que para incontinência urinária, os exercícios previnem sim. Para as outras disfunções, já temos também resultados positivos a favor desse acompanhamento”.
"Não tive escape de urina durante toda a gravidez e meu parto foi super tranquilo" - Thaís Dufles Vieira é psicóloga e fez acompanhamento da musculatura do assoalho pélvico durante toda a gestação e também no pós-parto
Avanços
Thaís Dufles Vieira é psicóloga e tem 33 anos. Ela é mãe de Davi, que tem 10 meses de vida, e é um exemplo feliz de gravidez com informação e cuidado. “Eu sempre quis parto normal”, diz. Diante dessa informação, ela conta que foi orientada pela médica sobre a importância de fortalecer o períneo. Dufles procurou uma fisioterapeuta, aprendeu os exercícios e a cada dois meses retornava para acompanhamento. “É muito simples. Dá para fazer quando estamos parados no trânsito”, incentiva. Ela conta que o fortalecimento da região auxilia durante a gravidez, na hora do parto e depois. “Não tive escape de urina durante toda a gravidez e meu parto foi super tranquilo”, conta. A mãe de Davi, alerta, entretanto que pode ser difícil trabalhar a musculatura da pelve por falta de consciência corporal e por isso, não se pode abdicar de um acompanhamento profissional. “A mulher pode ficar um pouco perdida. Minha dica é: finge que está fazendo xixi e tenta prender. É mais ou menos esse músculo”, fala.
Baracho diz que o Ministério da Saúde tem preconizado a importância de os médicos indicarem o acompanhamento da musculatura pélvica durante a gravidez. Com isso, os profissionais têm se conscientizado mais e a corrente vem aumentando. “É um caminho a se percorrer. Precisamos dar à mulher essa condição de cuidado com o próprio corpo”, afirma. Como mudança desse cenário, a fisioterapeuta conta que recebe pacientes de médicos que não fazem parto normal sem pedir uma avaliação do músculo. “É um universo pequeno no número de médicos existentes e gostaria que houvesse essa cultura de avaliação do assoalho pélvico. O mundo está falando sobre isso. Vários estudos internacionais elucidam que uma mulher preparada na gravidez tem chance maior de não ter problema depois. As pesquisas internacionais sustentam a parte clínica”, completa. “Em breve a reeducação do assoalho pélvico será reconhecida na gravidez de todas as mulheres e quem sabe até com um lugar no cartão de pré-natal. Vamos torcer”, encerra.
"A gravidez aumenta a pressão intra-abdominal que vai aumentar a demanda da musculatura pélvica", alerta a especialista em saúde da mulher, a fisioterapeuta Elza Baracho
Laranjeira trabalha em um hospital particular de Belo Horizonte que já tem um protocolo. “Estamos tentando inserí-lo no atendimento de pré-natal de cada médico da minha equipe”, afirma. “Na Europa é rotina, já faz parte. Ainda não temos isso estabelecido no Brasil porque é um serviço que demanda infra-estrutura. A logística não é exequível e os serviços de saúde já têm que começar a entender que isso é necessário como o exame de sífilis ou o exame de urina. Tem que passar a ser uma rotina, assim como as orientações de aleitamento, para que tenha maior adesão”, enfatiza.
Sexo
Trabalhar o assoalho pélvico não deixa de ser também um cuidado com a auto-estima. Os exercícios interferem positivamente no desejo sexual. Elza explica que a disfunção desse músculo diminui a excitação. “Melhorando a função muscular, a mulher tem uma excitação mais preservada”, afirma. A especialista em saúde da mulher diz que para se chegar ao orgasmo, a mulher passa, antes, pelas fases do desejo e excitação. Na sequência vêm o gozo e a resolução. “Com uma boa função muscular a mulher terá uma sexualidade mais prazerosa”, resume. A ginecologista Cláudia Lodi corrobora: “a musculatura fortalecida vai facilitar que a mulher tenha mais prazer e também o seu parceiro”.
Europa e Brasil
Não é só a França que é exemplo no cuidado com a saúde da mulher durante a gravidez. A Noruega e a Holanda estão entre os países europeus que são referência no assunto. Os protocolos médicos se diferenciam, mas a assistência serve de inspiração a outros países que começam a se atentar para a prevenção de problemas na temática do assoalho pélvico. “No mundo, principalmente na Europa, o atendimento é pago pelo governo porque o índice de partos normais é altíssimo”, pontua Baracho.
Belo Horizonte vai testar o protocolo holandês através do programa Motherfit
O fisioterapeuta holandês Bary Berghmans está à frente do Motherfit (clique e conheça), um projeto multicêntrico entre a Europa e Brasil. O protocolo que o especialista usa no país de origem está sendo testado em Curitiba e chegará a Belo Horizonte.
Saúde Plena: Na Holanda, a reabilitação do assoalho pélvico é reconhecida no pré-natal, certo?
Bary Berghmans: A fisioterapia pélvica é reconhecida como especialidade fisioterápica pelo governo da Holanda. A organização é chamada de Associação Holandesa para a Terapia Médica em Transtornos do Assoalho Pélvico [com a sigla NVFB no idioma original]. Os membros da equipe médica pré e pós-natal da NVFB são fisioterapeutas especializados em cura e tratamento da área abdominal, pélvica e lombar de mulheres, mas também de homens e crianças.
Durante a gestação, as mulheres são orientadas tanto por ginecologistas ou por seus clínicos gerais. De maneira voluntária, essas mulheres podem praticar ginástica específica para gestantes, guiadas por um professor [zwangerfit], um fisioterapeuta que promove treinamentos em grupo e oferece também informações às grávidas como uma espécie de preparação para o parto.
SP: Vocês estão testando o protocolo holandês em Curitiba?
BB: Estávamos planejando fazê-lo em parceria com o Departamento de Ginecologia da PUC-PR, fizemos alguns trabalhos de pesquisa sobre a viabilidade do projeto, mas apesar de termos compartilhado nossos protocolos e discutido procedimentos, o Motherfit ainda está para começar em Curitiba, mas com certeza será iniciado por lá sob o controle da Dra. Maura Seleme, diretora da Associação Brasileira de Ajuda e Formação sobre Incontinência Urinária (Abafi).
SP: Belo Horizonte é a segunda cidade brasileira que testará o protocolo?
BB: Atualmente, nosso hospital universitário em Maastricht está negociando com diferentes parceiros do Brasil para trabalhar em conjunto no projeto Motherfit e uma das cidades mais prováveis é Belo Horizonte, sob a responsabilidade da professora Elza Baracho.
Para financiar o projeto estamos angariando suporte financeiro na comunidade europeia. Para isso, é importante que pelo menos três universidades da comunidade participem do programa. Além de nossa universidade [a Maastricht University Medical Centre], haverá a Universidade de Trondheim, na Noruega, e a Universidade de Viena, na Áustria. A Associação Europeia de Uroginecologia e a Associação Internacional Uroginecológica já proclamaram apoio ao Motherfit. É importante também contar com aliados fora da Europa, como o Brasil.
Os parceiros brasileiros devem executar, a princípio, estudos como entrevistas de grupos focais e levantamentos para determinar qual é o tratamento usual relacionado a problemas do período periparto - definido como desde o último mês de gravidez até cinco meses após o parto - e definir a relevância do tratamento de assoalho pélvico nesse contexto, assim como fizemos na Holanda. Estamos analisando os dados coletados [na Holanda] e publicaremos em tempo.
sábado, 4 de maio de 2013
Vida sexual não para na velhice, mas é preciso superar obstáculos
Falar sobre sexo na velhice ainda é motivo de vergonha e constrangimento para muitos, o que dificulta a busca de informação e a superação de obstáculos para ter uma vida sexual ativa na terceira idade. "O sexo é muito útil para a autoestima e para diminuir a ansiedade dos idosos", afirma o geriatra Salo Buksman, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
É possível ter uma vida sexual de qualidade na velhice. Segundo a psicóloga Ana Teresa de Abreu Ramos Cerqueira, no final do século 20, vimos uma revolução no conceito da sexualidade, e essas mudanças repercutiram na vida sexual do idoso.
"Não se concebe hoje a sexualidade ligada apenas à função reprodutiva, mas como fonte de prazer e de realização em todas as idades", diz Ana, que é professora do departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria e da Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Unesp. "Há limitações para se viver plenamente a sexualidade na velhice, o que pode haver em todas as idades, mas é preciso tentar superá-las ou minimizá-las", afirma Ana Teresa.
A redução da atividade sexual é notória entre os idosos, principalmente entre as mulheres, segundo a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade da USP). "Muitas mulheres não param de fazer sexo porque desistem, mas, sim, porque enviúvam ou se separam e não voltam a se casar. Mas, claro, há aquelas que desistem de transar com os maridos", diz Carmita.
Os dados da pesquisa Mosaico Brasil, que contou com mais de 8 mil entrevistados e foi coordenada por Carmita em 2008, mostram que, na faixa entre 18 e 25 anos, 90,4% dos homens e 83,3% têm vida sexual ativa. Dos 26 aos 40, 95,4% dos homens e 93,3% das mulheres se dizem sexualmente ativos. Dos 41 aos 50 anos, o número passa para 94,4% dos homens e 85,1% das mulheres. Dos 51 aos 60, 93,5% dos homens e 76,6% das mulheres dizem ser ativos sexualmente. Já acima dos 61, o número cai para 87,1% dos homens e 51,2% das mulheres.
Obstáculos físicos
Segundo Buksman, um dos motivos que levam à redução da atividade sexual entre os idosos é a perda de libido, que pode ocorrer devido à diminuição da produção hormonal masculina e feminina.
As mudanças nos órgãos sexuais também afetam homens e mulheres, segundo o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Serviço de Gerontologia do Hospital Sírio-Libanês. "O homem pode demorar mais para se excitar, ter ereção e orgasmo. Já a mulher sofre com a diminuição da elasticidade, o ressecamento vaginal e sente dor durante a penetração". Segundo ele, alguns medicamentos também podem dificultar a ereção e o desejo, como aqueles indicados para hipertensão ou antidepressivos. "Nesses casos, um ajuste na dosagem ou na medicação pode melhorar o quadro", afirma Busse.
A dificuldade de ter e manter a ereção pode levar à falta de vontade de transar. "O homem vê uma relação muito forte do sexo com o pênis. Quando nota uma falha, a autoconfiança e o desejo de praticar sexo diminuem muito", afirma Buskman. Remédios para disfunção erétil como o Viagra podem ajudar na ereção, desde que usados sempre sob orientação médica. "Muitas vezes o idoso compra na farmácia e não sabe usá-lo corretamente. A automedicação é perigosa", diz Busse.
Para as mulheres, lubrificantes à base de água diminuem a dor da penetração e, em alguns casos, pode ser recomendada a reposição hormonal. "O climatério pode levar à diminuição do desejo para algumas. Às vezes, é indicada a reposição, desde que tenha orientação correta", afirma Busse. Para saber qual a melhor maneira de superar as barreiras físicas, as mulheres devem consultar um ginecologista e um geriatra.
No caso de transtornos de ansiedade ou depressão, que também causam queda da libido, é importante procurar um psicólogo ou psiquiatra, segundo Busse.
Outros obstáculos impedem uma vida sexual plena para homens e mulheres, como a artrite, que leva à dificuldades para se movimentar devido à dor. Segundo estudo recente realizado nos Estados Unidos, implantes no quadril melhoraram a frequência sexual de 81% dos 147 pacientes submetidos à cirurgia.
A avaliação médica é fundamental para driblar esses problemas e para controlar doenças crônicas. Para Buksman, mesmo os casos de doenças reumáticas, cardíacas e pulmonares, que impedem atividades físicas, têm solução. "Pode-se praticar sexo de várias maneiras, pois sexualidade não é sinônimo de penetração. Um carinho, um beijo, uma dança mostram que a sensualidade e a sexualidade estão presentes".
Barreiras culturais e psicológicas
Os múltiplos estereótipos e preconceitos interferem muito na vida sexual. "A sociedade ainda vê a sexualidade na velhice como um tabu, algo reservado aos mais jovens. Há a exigência de que os homens não podem falhar e as mulheres têm de ter beleza e juventude como fontes únicas de atratividade. Tudo isso causa a diminuição do sexo", afirma Ana Teresa. Para Buksman, os próprios idosos se discriminam em relação à aparência. "Cultuamos o jovem, o esguio; há uma depreciação do aspecto físico do idoso", afirma.
Segundo ele, a sociedade incutia na cabeça das pessoas que o sexo na terceira idade seria algo profundamente inadequado, e isso coloca uma barreira psicológica principalmente para a mulher idosa. "Ela pensa que já passou dessa fase, que é uma avó e tem que se dar ao respeito", afirma.
A forma como a pessoa viveu o sexo ao longo da vida também influencia como ele será na terceira idade. Uma pessoa que foi reprimida, não teve uma vida sexual feliz na fase adulta, tampouco a informação correta sobre o tema, certamente encontrará muitas barreiras, o que é mais comum entre as mulheres. "Muitas praticavam sexo como uma obrigação, para satisfazer o marido e reproduzir. Passado o período reprodutivo, essas mulheres que não tiveram prazer começam a negar o sexo", afirma Buksman.
O relacionamento com o parceiro também influencia na atividade sexual. Segundo o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr, diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade), casais que ainda se amam e mantém o contato físico no dia a dia tendem a ter mais atividade sexual. "É importante fazer planos cotidianos a dois e ter cuidado com a saúde física e mental, o que beneficiará ambos", afirma.
Libertação na velhice
Para Ana Teresa, o sexo na terceira idade pode ser libertador e prazeroso, mas depende de como se encara a velhice e as modificações que ela causa em todos os aspectos da vida. "O idoso pode lidar com conformismo e rejeição ou levar a velhice com criatividade", afirma. "O avanço não é devolver ao velho a performance do jovem, mas conseguir novas formas de satisfação", diz Ana.
É possível conseguir atingir a plenitude sexual na velhice. "Tem gente que abre mais a cabeça e se conhece melhor com o passar da idade e o sexo se torna mais prazeroso", diz Busse.
Mas, em qualquer idade, o sexo exige proteção. "É preciso alertar para o aumento no índice de doenças sexualmente transmissíveis em idosos, incluindo o HIV. Os mais velhos raramente usam preservativos, mas também devem evitar o comportamento de risco, usando camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis", afirma Busse.
Por Uol
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quarta-feira, 3 de abril de 2013
Incontinência urinária, um problema que incomoda muito
"Incontinência, um problema que incomoda muito"
Relata Dra. Maura Seleme ( Fisioterapeuta pélvica)
Ana Carolina Bendlin
Divulgação
Pouca gente sabe, mas uma a cada três mulheres vão sofrer de incontinência urinária antes do envelhecimento. É o que revela a especialista em Fisioterapia Pélvica e coordenadora da Faculdade Inspirar, Maura Seleme. E o pior: uma pesquisa recente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela que o distúrbio ainda pode afetar a sexualidade das mulheres.
São vários os fatores que fazem com que o distúrbio atinja as mulheres. “Como elas têm fenda vaginal, a descida dos órgãos fica favorecida. A gravidez e o parto também contribuem, assim como a diminuição da taxa hormonal na menopausa, que enfraquece a musculatura do assoalho pélvico”, explica Maura.
Por último, há ainda mais um fator. “Exercícios de alto impacto também causam incontinência, principalmente em mulheres que participam de competições”, completa ela. De acordo com o médico urologista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no Hospital de Clínicas (HC), Luiz Carlos de Almeida Rocha, existem dois tipos de incontinência. “A funcional, que se deve à hiperatividade da bexiga, e a de esforço, que é causada por esses fatores”.
Segundo o médico, a realização de cirurgias cesarianas em vez de partos normais pode contribuir com a prevenção, evitando lesões no assoalho pélvico. Além disso, ele sugere que as mulheres façam exercícios específicos para a região com orientação de um fisioterapeuta. “Esses movimentos fazem com que o músculo do assoalho pélvico ganhe mais tonicidade, mas têm que ser feitos antes da menopausa para que tenham resultado”, comenta.
Maura ensina um dos exercícios que podem ser feitos. “É só contrair o ânus, como se fosse evitar um pum de sair, pois assim, você contrai todos os músculos do assoalho pélvico. Faça isso por seis segundos e depois relaxe por mais seis segundos, repetindo o procedimento 20 vezes em cada período do dia - manhã, tarde e noite”, explica. Outras recomendações são caminhar meia hora três vezes por semana, não engordar, beber muita água e fazer fisioterapia durante a gravidez.
Tratamento
A fisioterapia também é usada no tratamento da incontinência, quando a mulher já sofre com o distúrbio. “Na menopausa, costumamos fazer o tratamento com reposição hormonal e exercícios, que a complementam, só que a mulher tem que ser muito disciplinada porque é preciso regularidade. Inclusive, ela pode fazer sozinha depois que aprende com o fisioterapeuta”, comenta Rocha.
Em último caso, pode-se recorrer à cirurgia para devolver sustentação à uretra. “É um procedimento relativamente simples, mas o problema é que não dá certo algumas vezes, principalmente quando houver excesso de peso, pois o abdômen cai sobre a bexiga”, explica. Neste caso, é preciso tratar a complicação com uma nova cirurgia. “É preciso que sempre começamos o tratamento com a fisioterapia, que tem resultados melhores”.
Maura concorda com ele. “A fisioterapia é menos invasiva e mais barata, não agredindo o organismo da paciente, mas ela só funciona quando o problema é anatômico, não funcional”, reforça. Também ensina a mulher a urinar corretamente, com postura adequada. Ela ainda garante que, pensando na saúde das mulheres curitibanas, a Faculdade Inspirar começa a oferecer tratamento gratuito a partir de agosto deste ano.
Sexualidade prejudicada
Um estudo recente da Unifesp aponta que, além de incômoda, a incontinência urinária afeta a sexualidade das mulheres. Durante todo o ano passado, 163 mulheres foram avaliadas e ficou comprovado que 53% das que sofrem de incontinência apresentam algum tipo de disfunção sexual. Nas mulheres que não têm o distúrbio, o índice cai para 23%.
“Avaliamos vários aspectos - desejo, prazer, excitação, orgasmo, interação com o parceiro - e todos eles são prejudicados quando elas têm incontinência, ainda mais porque mais de 40% delas tem perdas de urina durante o ato sexual”, conta o urologista Fernando Almeida, que orientou a pesquisa, apresentada como tese de mestrado pela fisioterapeuta Mariana Rhein. Além da perda durante o ato, as mulheres se sentem feias e sujas, segundo ele, o que as prejudica ainda mais.
A próxima fase da pesquisa deve avaliar os resultados do tratamento nas mulheres que participaram do grupo analisado. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) relaciona a atividade sexual como um dos critérios para avaliar a qualidade de vida das pessoas. Por isso, o estudo é tão importante”, opina. Para Maura, o número de mulheres que perdem o desejo devido ao distúrbio poderia ser menor se houvesse mais conscientização. “O assunto ainda é tabu e, como a fisioterapia não é oferecida no sistema público, as mulheres ficam sem opção de tratamento”.
sábado, 30 de março de 2013
Obesos apresentam mais chances de ter disfunção sexual
Guia: Redução de Estômago > Obesos apresentam mais chances de ter disfunção sexual
Se comparado a população de peso normal, os obesos apresentam mais chances de ter disfunção sexual, foi o que revelou um estudo publicado em dezembro de 2012 na revista Obesity, que levou em consideração além da disfunção erétil, outros fatores como libido e satisfação sexual.
Alterações hormonais, circulatórias e os problemas psicológicos são os principais fatores que influenciam nos problemas sexuais enfrentados tanto de homens como de mulheres, além das doenças associadas como hipertensão arterial e diabetes.
Mas, um estudo publicado no jornal da associação de Medicina americana revelou uma boa notícia! A redução do peso e a mudança no estilo de vida podem melhorar a função sexual, através de uma melhora nos hábitos alimentares e a prática de atividades físicas.
O estudo serve para lembrar que o sobrepeso, principalmente o excesso de gordura na circunferência abdominal, influencia diretamente no desempenho sexual e no caso dos homens, na disfunção erétil, pois o excesso de peso interfere na capacidade de enviar sangue para o pênis, além de diminuir a produção de testosterona.
O fato é que a obesidade pode sim, atrapalhar a vida sexual, e emagrecer ajuda a reduzir não só esse problema como também melhora a autoestima e proporciona mais qualidade de vida. Afinal sexo é saúde e todo mundo quer ter uma vida sexual plena e satisfatória, não é verdade?
Se comparado a população de peso normal, os obesos apresentam mais chances de ter disfunção sexual, foi o que revelou um estudo publicado em dezembro de 2012 na revista Obesity, que levou em consideração além da disfunção erétil, outros fatores como libido e satisfação sexual.
Alterações hormonais, circulatórias e os problemas psicológicos são os principais fatores que influenciam nos problemas sexuais enfrentados tanto de homens como de mulheres, além das doenças associadas como hipertensão arterial e diabetes.
Mas, um estudo publicado no jornal da associação de Medicina americana revelou uma boa notícia! A redução do peso e a mudança no estilo de vida podem melhorar a função sexual, através de uma melhora nos hábitos alimentares e a prática de atividades físicas.
O estudo serve para lembrar que o sobrepeso, principalmente o excesso de gordura na circunferência abdominal, influencia diretamente no desempenho sexual e no caso dos homens, na disfunção erétil, pois o excesso de peso interfere na capacidade de enviar sangue para o pênis, além de diminuir a produção de testosterona.
O fato é que a obesidade pode sim, atrapalhar a vida sexual, e emagrecer ajuda a reduzir não só esse problema como também melhora a autoestima e proporciona mais qualidade de vida. Afinal sexo é saúde e todo mundo quer ter uma vida sexual plena e satisfatória, não é verdade?
sábado, 23 de março de 2013
Fisioterapia pélvica também atua em algumas disfunções sexuais masculinas!
As 5 doenças sexuais mais comuns entre os homens
Conheça algumas das doenças sexuais mais comuns entre homens e como tratá-las
Roberto Amado, da
inShare
Wikimedia Commons
Déficit de testosterona é uma das mais comuns, e afeta não só a vida sexual como também os ossos, o nível de energia, a força dos músculos e até o humo.
A Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte divulgou, recentemente, o resultado de um estudo relacionado com as principais questões sexuais masculinas. Veja quais são e as opções de tratamento.
Disfunção erétil
Mais conhecida como impotência, a disfunção erétil é a incapacidade de ter ou manter a ereção. Segundo o estudo, a questão é ampla, já que para sustentar uma ereção é preciso um bom fluxo sanguíneo. Assim, a impotência pode ser um sinal importante de doenças cardíacas ou vasculares. O estudo mostra que a grande maioria de homens que passam por eventos cardíacos relatam sofrer de disfunção erétil por três a cinco anos.
Síndrome de Déficit de Testosterona
Também conhecida como hipogonadismo (ou diminuição da função dos testículos), o déficit de testosterona afeta não só a vida sexual como, também, os ossos, o nível de energia, a força dos músculos e até o humor. O médico deve recomendar um exame para verificar o nível de testosterona e, se for o caso, realizar tratamento de reposição do hormônio. Alguns homens com níveis baixos de testosterona não apresentam nenhum tipo de sintoma.
Doença de Peyronie
Envolve o estreitamento ou a curvatura do pênis. Se pronunciada, pode provocar dores e até impedir a relação sexual. É uma deformação, provocada por uma cicatriza nodosa no tecido, que se manifesta como uma espécie de caroço sólido, frequentemente na parte superior do pênis. Pode ser corrigido com cirurgia ou outros tratamentos alternativos.
Priapismo
Há homens cujas ereções podem durar até quatro horas seguidas e nos casos em que se prolongam por mais tempo, podem provocar danos ao pênis. O tratamento procura drenar o excesso de sangue local.
Disfunção da ejaculação
Esse é o tipo mais comum dos problemas sexuais: ejaculação precoce — caracterizada pela ejaculação em até dois minutos após a estimulação sexual. Um terço dos homens sofre ou já sofreram o problema. Segundo o estudo, esse problema é mais comum em homens abaixo dos 40 anos. Hoje, já existem antidepressivos que ajudam na solução do problema.
Conheça algumas das doenças sexuais mais comuns entre homens e como tratá-las
Roberto Amado, da
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Wikimedia Commons
Déficit de testosterona é uma das mais comuns, e afeta não só a vida sexual como também os ossos, o nível de energia, a força dos músculos e até o humo.
A Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte divulgou, recentemente, o resultado de um estudo relacionado com as principais questões sexuais masculinas. Veja quais são e as opções de tratamento.
Disfunção erétil
Mais conhecida como impotência, a disfunção erétil é a incapacidade de ter ou manter a ereção. Segundo o estudo, a questão é ampla, já que para sustentar uma ereção é preciso um bom fluxo sanguíneo. Assim, a impotência pode ser um sinal importante de doenças cardíacas ou vasculares. O estudo mostra que a grande maioria de homens que passam por eventos cardíacos relatam sofrer de disfunção erétil por três a cinco anos.
Síndrome de Déficit de Testosterona
Também conhecida como hipogonadismo (ou diminuição da função dos testículos), o déficit de testosterona afeta não só a vida sexual como, também, os ossos, o nível de energia, a força dos músculos e até o humor. O médico deve recomendar um exame para verificar o nível de testosterona e, se for o caso, realizar tratamento de reposição do hormônio. Alguns homens com níveis baixos de testosterona não apresentam nenhum tipo de sintoma.
Doença de Peyronie
Envolve o estreitamento ou a curvatura do pênis. Se pronunciada, pode provocar dores e até impedir a relação sexual. É uma deformação, provocada por uma cicatriza nodosa no tecido, que se manifesta como uma espécie de caroço sólido, frequentemente na parte superior do pênis. Pode ser corrigido com cirurgia ou outros tratamentos alternativos.
Priapismo
Há homens cujas ereções podem durar até quatro horas seguidas e nos casos em que se prolongam por mais tempo, podem provocar danos ao pênis. O tratamento procura drenar o excesso de sangue local.
Disfunção da ejaculação
Esse é o tipo mais comum dos problemas sexuais: ejaculação precoce — caracterizada pela ejaculação em até dois minutos após a estimulação sexual. Um terço dos homens sofre ou já sofreram o problema. Segundo o estudo, esse problema é mais comum em homens abaixo dos 40 anos. Hoje, já existem antidepressivos que ajudam na solução do problema.
Disfunção Sexual nas mulheres!
BAIXO NÍVEL DE TESTOSTERONA NAS MULHERES PODE SER UMA DAS CAUSAS DA DISFUNÇÃO SEXUAL
DISFUNÇÃO SEXUAL OCORRE SEJA POR FALTA DE DESEJO, DE ESTÍMULO, DE ORGASMO OU PRESENÇA DE DOR
Ocupamos o sonhado espaço no mercado de trabalho. Estamos no comando de algumas das principais economias. Conseguimos uma visibilidade quase utópica anos atrás. Mas na cama, 46% de nós, mulheres, ainda relatam experiências de disfunção sexual, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a incapacidade de ter relações sexuais com satisfação. Cansaço, estresse, pouca sintonia com o parceiro, influência de medicamentos constantemente são citados para justificar a ausência de prazer. De fato, esses e outros tantos podem interferir no sucesso de uma relação. Mas uma pesquisa inédita do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG) veio somar causas e buscar novas abordagens para o problema.
A pesquisa “Avaliação da frequência de alterações hormonais em mulheres no menacme com disfunção sexual”, tema da dissertação de mestrado da ginecologista e sexóloga Fabiene Vale, revelou a relação dos baixos níveis de testosterona com desordens, que podem afetar o desejo, a excitação, o orgasmo e causar dor durante ou depois do sexo. Segundo a pesquisadora do HC, para uma função sexual adequada toda mulher precisa de androgênio – sendo a testosterona o mais importante. Os níveis do hormônio começam a diminuir a partir dos 20 anos, de forma lenta, até chegar à menopausa, quando há uma queda abrupta. “A novidade é a descoberta de mulheres em período reprodutivo, com 44 anos no máximo, com níveis de testosterona muito abaixo da normalidade e quadro de disfunção”, explica Fabiane.
Das 60 mulheres estudadas, entre 18 e 44 anos e com queixa de disfunção sexual, 75% apresentaram baixos níveis de testosterona, ou a síndrome de insuficiência androgênica feminina. Só foram incluídas na amostra pacientes sem problemas psicológicos, sociais ou no relacionamento, com o objetivo de permitir a observação isolada da influência das alterações hormonais. Nenhuma delas tomava medicamentos, que também poderiam influenciar. Todas as mulheres envolvidas na pesquisa são pacientes do Ambulatório de Sexologia Ginecológica do Hospital das Clinicas, que desde 2011 atende queixas sexuais como ausência do desejo sexual espontâneo ou mesmo após algum estímulo, falta de excitação e/ou dificuldade de lubrificação vaginal, dificuldade ou ausência de orgasmo e dor na relação sexual ou dificuldade de permitir a penetração, o chamado vaginismo.
Pesquisadora do HC Fabiene Vale explica que toda mulher precisa de androgênio para ter uma função sexual adequada
Para o coordenador do ambulatório e orientador da pesquisa, o professor do Departamento de Ginecologia Selmo Geber, trata-se da primeira pesquisa desenvolvida no ambulatório. “As mulheres com queixas sexuais geralmente estão infelizes e não tinham onde procurar ajuda no Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, a mulher que não sente desejo e não tem orgasmos encontra esse atendimento à disposição. E como estamos em um hospital universitário, temos dados para pesquisas. O próximo passo é um estudo que busque alternativas de tratamentos”, adianta o ginecologista. Os mecanismos responsáveis pela resposta sexual feminina ainda não estão totalmente esclarecidos. Sabe-se que alterações anatômicas, desequilíbrios neuroendócrinos ou a diminuição dos hormônios sexuais podem levar à disfunção. Os fatores biológicos são apenas parte do problema, que envolve fatores psicológicos e sociais.
E.B.S., de 32 anos, vivenciou essa realidade. Casada há oito anos, foi diagnosticada com “Distúrbio do desejo sexual hipoativo, um dos tipos de disfunção sexual” (Veja quadro). “Durante um ano observei diminuição do desejo sexual e nos últimos meses perdi completamente a vontade de fazer sexo. Não tinha vontade nenhuma de começar uma relação e no último mês, antes de procurar ajuda, tive apenas uma relação, muito ruim. Tenho um ótimo relacionamento com o meu marido, ele é bom pai e ótimo companheiro, mas isso estava me deixando triste e ele insatisfeito”, relata. Depois de exames com dosagem de testosterona, foi confirmada a baixa nos índices do hormônio. A paciente passou por seis semanas de tratamento com medicação e terapia sexual. “Resgatei meu desejo sexual, estamos tendo quatro relações satisfatórias por semana. Melhorei a convivência com o meu marido também em outros aspectos.”
Gatilho do sexo As disfunções sexuais são os transtornos mais comuns da sexualidade, que incluem ainda os transtornos de preferência sexual e os transtornos de identidade sexual. Segundo a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o ato sexual se divide em desejo, excitação e orgasmo. Em todos eles a mulher pode sofrer bloqueios e/ou dor. Entretanto, é necessário que exista sofrimento para se fazer uma intervenção. Geralmente seis meses de evolução do quadro são necessários para fechar o diagnóstico de disfunção sexual. “Não se intervém na primeira semana. Em geral, é preciso avaliar o contexto e tratar também o contexto.”
O sexo, segundo a especialista, começa com um desejo. Esse é o gatilho que acelera a frequência cardíaca e respiratória, alterando também a pressão e a temperatura corporal. Tudo isso leva, no caso do homem, à ereção, e, no caso da mulher, à lubrificação da vagina. Essa fase é a excitação. Se tudo corre bem os parceiros chegam ao clímax de prazer, o orgasmo. A partir daí se entra na resolução do ato, ou saciedade, em que respiração e frequência cardíaca voltam aos níveis anteriores. Mas homens e mulheres passam de forma diferente por essas fases. O homem entra na relação com muito desejo e logo entra na fase de excitação, afinal seu estímulo é visual. O da mulher é auditivo, tátil, seu desejo vem com a proximidade. Daí a necessidade das preliminares. A resolução do homem é rápida, a da mulher paulatina.
Só 10% das mulheres têm desejo sexual espontâneo, a maioria precisa de um desejo responsivo para se excitar. A partir daí, a excitação é maior e ela chega a uma satisfação emocional e física. “A mulher não precisa iniciar o ato com desejo e se isso não ocorrer não significa que é uma disfunção. Não ter organsmo também não é, necessariamente, uma disfunção sexual. Ficar neutra durante o ato é possível sem que seja caracterizada a disfunção. A mulher precisa estar saudável física, emocional, cultural e socioeconomicamente, além de ter um parceiro. É isso que garante integridade e integração. E mulher precisa de estímulo. Ela tem outro perfil hormonal, neuropsicológico e psicossocial.”
Segundo Fabiene Vale, para quem deseja uma vida sexual saudável, carinho e companheirismo podem ajudar. Atualmente, o modelo mais aceito para explicar a resposta sexual nas mulheres reforça a importância da intimidade emocional com o parceiro e a satisfação da própria percepção de desejo e necessidade sexual. A ginecologista alerta não ser possível pelo estudo afirmar qual seria a prevalência desse problema na população em geral. Porém, é certo que seja alto o índice de mulheres afetadas por essa síndrome. “Por isso, é preciso tratar esse assunto como um problema de saúde pública”, defende a pesquisadora, que já prevê que o próximo passo será quantificar essas mudanças. “Com mais esse dado em mãos será possível propor uma melhor abordagem no tratamento”, comemora.
Tipos de disfunção
Distúrbio do desejo sexual hipoativo – Caracterizado pela falta de libido, a falta de vontade de fazer sexo mesmo diante de motivação. A paciente simplesmente não consegue ter desejo sexual. Essa é a disfunção mais comum.
Distúrbio da excitação – A mulher não consegue manifestações do corpo diante de um estímulo sexual. Pode ficar com a vagina seca, não ter ereção dos pelos e dos mamilos, nem taquicardia e aumento da frequência respiratória. O corpo não responde ao estímulo.
Distúrbio do orgasmo – Caracteriza-se pela não capacidade de atingir o orgasmo, o relaxamento completo da tensão sexual que dá satisfação e leva ao bem-estar e sensação prazerosa.
Disfunção da dor sexual – Pode ser por dispareunia, que é a dor durante o ato sexual, ou vaginismo, quando a mulher tem a impossibilidade da penetração devido a uma contração involuntária da musculatura pélvica. É comum em jovens que têm desej, mas não conseguem ser penetradas. O vaginismo não tem causa psicológica e é o mais fácil de tratar.
Carolina Cotta
Estado de Minas - http://goo.gl/PlON4
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